4/6/2004 02:24:00
O polêmico filme do ator e produtor Mel Gibson chegou às telas cinematográficas de Goiânia junto com a controvérsia de anti-semitismo e violência. Na verdade com os recursos de efeitos visuais que existem hoje ele acabou conseguindo reconstituir, com o máximo de veracidade, toda a violência sofrida por Jesus Cristo em A Paixão de Cristo.
Até hoje o cinema vinha atenuando o verdadeiro sofrimento de Jesus, por falta de recursos tecnológicos ou mesmo por pudor de mostrar a tamanha violência sofrida por Ele. A agressão foi tremenda, brutal, o caso de Jesus é conhecido mundialmente por sua inquestionável importância em nosso meio, mas muitos homens comuns da época, antes e depois Dele, sofreram as mesmas e até piores atrocidades.
Na verdade Jesus não foi crucificado no Gólgota, foi crucificado, mesmo, quando confirmou na oração do Getsêmani: “Meu Pai, se é possível, passe de mim esse cálice; todavia não seja como Eu quero, mas como Tu queres” (MT. 26:39) ... “E, indo uma segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu beber, faça-se a tua vontade.” (MT.26:42) Tanto sabia o que sofreria que naquele momento suou sangue, tamanha a angustia antecipada do que aconteceria em seguida. A crucificação no Gólgota foi o epílogo do descanso de tamanha dor. Dor que verdadeiramente sentiu como mortal, homem que se fez.
A polêmica maior fica por conta de possível anti-semitismo, mas a verdade existe: Foram os habitantes daquela época e lugar que prenderam Jesus, o torturaram, “julgaram” o mataram em morte de cruz. Quem eram eles?A bíblia nos responde: “E estando Ele ainda a falar, eis que chegaram Judas, um dos doze, e com ele grande multidão com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos do povo (judeu)” (MT 26:47 e LC 22) . Sim, Judeu era o povo que formavam aquela multidão. Foi o papel que lhes coube no episódio. Antecipadamente Jesus sabia o que iria lhe acontecer, quem iria executá-lo e como seria sua morte. Foi um cordeiro.
Quanto à participação de Judas, Jesus sabia, já na ceia, que seria traído. O apóstolo não era pessoalmente contra Ele, mas: “Entrou porém Satanás em Judas, que tinha por nome Iscariotes, o qual era do número dos doze” (LC 22.3) e ainda a confirmação quando “Jesus lhe disse: Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair.” (JO 13:21) . “E inclinando-se ele sobre o peito de Jesus, disse-lhe: Senhor quem é? Jesus respondeu: É aquele a quem eu der um bocado molhado. E, molhando o bocado, o deu a Judas Iscariotes, filho de Simão”. (JO 13.25:26).
Político e revolucionário daquele tempo, Judas esperava em Jesus um líder da causa que levasse o povo contra o domínio romano. Só que o ministério de cristo era outro. Como não conseguiu tirar proveito político do ministério, Judas ajudou a acabar com a liderança, traindo, não exatamente por dinheiro, mas para destruir um mito pacifista que não correspondeu às expectativas do movimento libertário. Jesus também sabia disso.
Sobre esta passagem a bíblia nos mostra o arrependimento de Judas ao saber das conseqüências advindas do seu ato: “Então Judas, o que O traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.” (Mt 27:3.5).
O Messias, Jesus Cristo, o segundo Adão que veio para nos livrar de todo o pecado se fazendo pecado por nós, sabia, sabia de tudo, conhecia a participação de Judas Iscariotes, das lideranças judaicas da época, dos romanos, do sofrimento das atrocidades e mesmo assim disse SIM ao Pai no Getsêmani. Tinha de haver traidores, perseguidores e executores para que se cumprisse o ministério e a vinda Dele até nós. De certo não deveria haver essa polêmica, pois Jesus não estava enganado, conhecia a sua participação entre nós e na cruz liberou o perdão a todos os envolvidos: “E quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc23. 33:34).
O que chama a atenção no filme, com todo o realismo que se propôs e apresentou, deixou passar propositalmente ou não (?) o fato de insistir na fisionomia branca européia de um Jesus Cristo que sabida e cientificamente deveria ter a aparência características na cor parda com traços negros da população daquela região em que nasceu e viveu.
Quanto ao protesto e acusação ao filme de projetar o anti-semitismo ao mostrar a participação no que aconteceu na crueldade da crucificação, deveriam é buscar lutar contra a crueldade que é cometida, atualmente, nas regiões ocupadas da faixa de Gaza, no mesmo Oriente Médio, contra mulheres crianças e velhos palestinos. Lembrem-se, sim, de que a Bíblia mostrou a realidade daquela época e que hoje a imprensa mundial apresenta outra realidade cruel cometida naquela região que está sendo registrada para a história e certamente também será mostrada no futuro.
sábado, 30 de agosto de 2008
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